terça-feira, 29 de junho de 2010

Movimento do Vento

Os telhados da vila
se aquietam cedo
no tardar do dia,
amornados pelo toco
da vela do crepúsculo.

Mais adiante
da prumada dos tapumes
nos beirais sem janelas,
os ninhos tramados
e os ecos dos pios
anunciam a noite...

Como um manto,
a noite cobre os telhados.
E sob os telhados,
a noite beija.

 



O galo do canto rouco
canta uma vez
e se aninha nas galhas
mais altas da figueira.

O galo ronca.
Silêncio:
a vila dorme.

Edilson José

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