quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Setembro... Mês em Que Nasci ( Para meu filho Igor)

Setembro…
Início da primavera
Mês em que nasci

A traquinice da infância
Vai longínqua
A graça da moçoila, de
Inocência frenética
Também
Onde a experiência
Dorida
 

Se fez…
Foram tantos os caminhos
 Largos e longos, que deslumbrei

 Ruelas, onde tropecei e cai
Vezes sem conta, porque acreditei!
Corri veloz
Atrás dos sonhos
E de sonhos, não passaram
Nenhum se realizou
Na dureza da vida
Continuei…

Longa foi a espera no leito
Da esperança, reconstruir o crer
Há que luta, férrea travada

E eis, que
Caminhos, outros se abriram
Com a graça Divina
Onde renasce…
Mulher, mantendo o coração
De criança, o brincar de garota
A emoção da grandeza do amor
Vivido autêntico, sem a ilusão do sonho
Na descoberta da razão
De minha existência…
Setembro que és
Ano após ano
Recomeçado…


Anônimo

Poema da Amazônia

Em meio ao seu verde,
o fogo arde queimando o nosso pulmão.
Os pássaros perdem seus galhos, 
em desespero voam sem rumo na imensidão. 
Os animais correm em círculos,
perdidos na fumaça da morte certa.
Os gritos das aves, dos animais, das plantas... 
Não são ouvidos pelos homens do poder sem visão...
Que não reconhecem o ciclo 
da natureza que tenta em desespero...
Limpar o ar que sujamos 
com nossos carros, nossas indústrias...
Quebrando o ciclo da água,
reduzindo as chuvas... 
Até chegar as grandes cidades, 
nos nossos campos que na seca matarão os gados... 
A abundância das frutas brasileiras 
desaparecerão das nossas mesas.
Haverá dor naqueles que por muitas vezes
jogaram as frutas no lixo...
E lágrimas rolarão sobre os olhos
daqueles que a colhiam para comer...
Sentindo-nos impotentes,
perguntaremos a nós mesmos:
O que fizemos com a nossa Amazônia? 
O que não fizemos por ela..
 
  Regina Eenas Martins

Poema da Árvore

As árvores crescem sós. E a sós florescem.
Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.
Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.
Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
 

e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.
E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.
 

As árvores não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
stendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.
Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
a crescer e a florir sem consciência.
 

Virtude vegetal viver a sós
e entretanto dar flores.


António Gedeão

Sol de Primavera

Quando entrar setembro
 E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez
Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
Aprender
 
Beto Guedes



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Balada De Agosto

Lá fora a chuva desaba e aqui no meu rosto
Cinzas de agosto e na mesa o vinho derramado
Tanto orgulho que não meço
O remorso das palavras que não digo

Mesmo na luz não há quem possa se esconder no escuro
Duro caminho o vento a voz da tempestade
No filme ou na novela
É o disfarce que revela o bandido

Meu coração vive cheio de amor e deserto
 

Perto de ti dança a minha alma desarmada
Nada peço ao sol que brilha
Se o mar é uma armadilha nos teus olhos


Composição: (fagner E Zeca Baleiro)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Coração de Estudante

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor

Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora, cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor flor o o e fruto

Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração,
Juventude e fé.


Milton Nascimento

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pai

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...



Fábio Jr.