Idosos... idosos eram meus avós,
Desde que me conheço por gente...
Depois, mais tarde, mais UMA VOVÓ
Apresentou-se à minha frente...
Desconfiada, busquei um avô mais...
Era apenas uma avó só,
Pois o avô já assinava o nome nos anais
Do Criador... Muita idade,
Cabelo branco, morrendo logo a deixar saudade...
Para mim, desde então,
Todo avô era idoso...
Tão carente no coração,
Como eu, mas carinhoso...
Disseram-me que todo idoso tem passado,
Vive com calma o presente
E tem futuro é duvidoso...
Meu avô contava histórias... boemia...
Tocava seu violão
E trazia-me, da feira, presente...
Minúsculos bichinhos... Cavalo dado
Não se olha o dente...
Ou será o rabo?...
Acho que com ele aprendi a ver, da vida, a poesia!
Não era perfeito, da casa era ausente...
Com minha avó sempre tinha questão pendente...
Mas meu avô me amava...
Quando eu era normalista, aos amigos me apresentava:
- Minha neta!... – todo orgulhoso...
Isso, para mim, era gostoso...
Um dia morreu e eu soube
Que não era meu avô, era um idoso...
A dor no meu peito não coube...
Quem substitui o pai é padrasto
E ao avô?... Para mim, é vovô Castro!...
Vovó Cotinha... Vó Augusta...
Gente nova nem sempre é justa
E compreende um idoso...
E pensar que podem tecer-lhe um destino ditoso!...
Os idosos são todos nossos avós,
Nossos pais, até mesmo nós...
O tempo terreno sempre nos chega breve...
Ter paciência, “pegar leve”
- como se diz... dar carinho...
Parente, desconhecido, amigo ou vizinho,
Todo idoso é nosso avô em potencial...
Ofertêmo-lhe nosso Amor Universal!...
Carvalho Branco
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