sexta-feira, 30 de abril de 2010
Mês de Maio
Azul do céu brilhou
E o mês de maio, enfim chegou
Olhos vão se abrir, pra tanta cor
É mês de maio, a vida tem seu esplendor
A luz do sol entrou
Pela janela e convidou
Pra tarde tão bela, e sem calor
É mês de maio, saio e vou ver o sol se pôr
Horizonte, de aquarela, que ninguém jamais pintou
E um enxame, de estrelas, diz que o dia terminou
Noite nem se firmou
E a lua cheia, já clareou
Sombras podem vir, façam favor
É mês de maio, é tempo de ser sonhador
Quem não se enamorou
No mês de maio, bem que tentou
E quem não tiver, ainda amor
Dos solitários, o mês de maio é o protetor
Boa terra, velha esfera, que nos leva aonde for
Pro futuro, quem nos dera, que te dessem mais valor
Almir Sater
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Eu Que Não Dei Quase Nada do Mar
Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meios seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim
Clara, noite rara, nos levando além
da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos
na escuridão
Me agarrei nos seus cabelos
Sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas
Como faz o mar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim.
Ana Carolina
domingo, 25 de abril de 2010
Pensamentos Mirabolantes
"O đєstiησ đєciđє qµєм єηtrα ηα мiηhα viđα,
мiηhα αtitµđє đєciđє qµєм fica."
"Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só."
"Já tive torres internas que foram ao chão.
Torres altas demais para mim, torres que nem chegaram a ficar concluídas
(as de dentro nunca se concluem),
torres que me exigiram esforço e que me deram prazer,
até que alguém, com uma frase,
ou com um gesto, as fez virem abaixo.
Tinha gente dentro, tinha eu."
"Ser feliz de uma forma realista
é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas,
trabalhar sem almejar o estrelato,
amar sem almejar o eterno."
"Acredito em saudade, sei o quanto uma ausência pode doer, provocar contração muscular e até náusea.
"Quanto mais escrava
mais escrevo
pra libertar essa mulher da vida
que me habita."
"Leia, e seu silêncio ganhará voz."
"Se eu pudesse, pegava a dor, colocava a dor dentro de um envelope e devolvia ao remetente."
"Eu me esqueci no armário.
Pensei estar vivendo,
estudando, trabalhando, sendo!
Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.
Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
estudando, trabalhando, sendo!
Pensei ter amado e odiado,
aprendido e ensinado,
fugido e lutado,
confundido e explicado.
Mas hoje, surpreso,
me vi no armário embutido
calado, sozinho, perdido, parado. "
E Quem se Importa
Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.
Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.
Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.
Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.
Nem eu sou o que penso que eu sou.
Nem nós o que a gente pensa que tem.
Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar.
Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho.
Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo.
Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido. Não bebo porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas.
Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.
Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.
Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.
Impaciente onde você vê ousadia.
Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.
Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos.
E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.
Martha Medeiros
::
Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.
Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.
Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.
Nem eu sou o que penso que eu sou.
Nem nós o que a gente pensa que tem.
Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho sem salário e não entendo de economizar.
Nem de energia. Esbanjo-me até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho.
Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo.
Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido. Não bebo porque só me aceito sóbria, fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas.
Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.
Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.
Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.
Impaciente onde você vê ousadia.
Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.
Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos.
E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.
Martha Medeiros
::
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Tema De "os Inconfidentes"
Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Foi trabalhar para todos
E vede o que lhe acontece
Daqueles a quem servia
Já nenhum mais o conhece
Quando a desgraça é profunda
Que amigo se compadece?
Foi trabalhar para todos
Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Que reformava este mundo
De cima da montaria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Ele na frente falava
E atrás a sorte corria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
No entanto à sua passagem
Tudo era como alegria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Chico Buarque de Holanda
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Foi trabalhar para todos
E vede o que lhe acontece
Daqueles a quem servia
Já nenhum mais o conhece
Quando a desgraça é profunda
Que amigo se compadece?
Foi trabalhar para todos
Mas, por ele, quem trabalha?
Tombado fica seu corpo
Nessa esquisita batalha
Suas ações e seu nome
Por onde a glória os espalha?
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Que reformava este mundo
De cima da montaria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Ele na frente falava
E atrás a sorte corria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
No entanto à sua passagem
Tudo era como alegria
Por aqui passava um homem
(E como o povo se ria!)
Liberdade ainda que tarde
Nos prometia
Toda vez que um justo grita
Um carrasco o vem calar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Quem não presta fica vivo
Quem é bom, mandam matar
Chico Buarque de Holanda
Um Índio
Um índio descerá de uma
estrela
colorida e brilhante
De uma estrela que virá
numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul,
na América,
num claro instante
Depois de exterminada
a última nação indígena
E o espírito dos pássaros
das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada
das mais avançadas das tecnologias
Virá,
impávido que nem Muhammed Ali,
virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri,
virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee,
virá que eu vi
O axé do afoxé,
filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado
em pleno corpo físico
Em todo sólido,
todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras,
alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante
entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim,
resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá,
fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
E aquilo que nesse momento
se revelará aos povos
Surpreenderá a todos,
não por ser exótico
Mas pelo fato de poder
ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Caetano Veloso
estrela
colorida e brilhante
De uma estrela que virá
numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul,
na América,
num claro instante
Depois de exterminada
a última nação indígena
E o espírito dos pássaros
das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada
das mais avançadas das tecnologias
Virá,
impávido que nem Muhammed Ali,
virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri,
virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee,
virá que eu vi
O axé do afoxé,
filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado
em pleno corpo físico
Em todo sólido,
todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras,
alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante
entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim,
resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá,
fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
E aquilo que nesse momento
se revelará aos povos
Surpreenderá a todos,
não por ser exótico
Mas pelo fato de poder
ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
Caetano Veloso
Índios
Quem me dera
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha
Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda
Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...
Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos, obrigado.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
Legião Urbana
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha
Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda
Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...
Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos, obrigado.
Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente.
Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.
E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.
Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.
Legião Urbana
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Alvorada de Abril
Mais um Abril que brota
Nas asas duma gaivota
Inda receoso às vezes
De não ser compreendido
No seu mais lato sentido
Por todos os portugueses.
Há ainda muita gente
P’ra quem ele é indif’rente
E até mesmo não diz nada
Sem justiça e sem razão
Têm d’Abril a noção
Apenas data frustrada !...
Mas Abril é a conjura
Que derruba a ditadura
Dum poder ultrapassado
Sem política ou partidos
Restitui aos oprimidos
O seu direito sagrado !...
No seu sentido maior
Marca o fim e o furor
Da déspota austeridade
Em síntese peremptória
Abril é data da ‘stória
Que instaurou a liberdade !...
Euclides Cavaco
Nas asas duma gaivota
Inda receoso às vezes
De não ser compreendido
No seu mais lato sentido
Por todos os portugueses.
Há ainda muita gente
P’ra quem ele é indif’rente
E até mesmo não diz nada
Sem justiça e sem razão
Têm d’Abril a noção
Apenas data frustrada !...
Mas Abril é a conjura
Que derruba a ditadura
Dum poder ultrapassado
Sem política ou partidos
Restitui aos oprimidos
O seu direito sagrado !...
No seu sentido maior
Marca o fim e o furor
Da déspota austeridade
Em síntese peremptória
Abril é data da ‘stória
Que instaurou a liberdade !...
Euclides Cavaco
Maria-Vai-Com-As-Outras
Maria era uma boa moça
Pra turma lá do Gantois,
Era maria-vai-com-as-outras
Maria de coser, Maria de rezar
Porém o que ninguém sabia
É que tinha um partAicular:
Além de coser, além de rezar
Também era Maria de pecar
|Tumba-ê caboclo - tumba lá e cá
|Tumba-ê guerreiro - tumba lá e cá
|Tumba-ê meu pai - tumba lá e cá a
|Não me deixe só - tumba lá e cá
Maria que não foi com as outras
Maria que não foi pro mar
Num dia dois de fevereiro
Maria não brincou na festa de Iemanjá
Não foi jogar água-de-cheiro
Nem flores pra sua Orixá
Aí Iemanjá pegou e levou
O moço de Maria para o mar
|Tumba-ê caboclo - tumba lá e cá
|Tumba-ê guerreiro - tumba lá e cá
|Tumba-ê Iemanjá - tumba lá e cá
|Não me deixe só - tumba lá e cá
Vem das águas de Oxalá
Essa mágoa que me dá
Ela parecia o dia ao romper da escuridão,
Linda no seu manto todo branco
Em meio à multidão
E eu que ela nem via
Ao deus pedia amor e proteção
Meu pai Oxalá é o rei
Venha, me valei
Meu pai Oxalá é o rei
Venha, me valei
E o velho Ololu, atotô abaluaê
Atotô abaluaê - atotô babá
(Toquinho/Vinícius de Moraes)
Maria de Verdade
Pousa-se toda Maria
no varal das 22 fadas nuas lourinhas
Fostes besouro Maria
e a aba do Pierrot descosturou na bainha
Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado emoldurado
Esperarei romântico
Sou a pessoa Maria
Na água quente e boa gente tua Maria
Voa quem voa Maria
e a alma sempre boa sempre vou à Maria
Farinhar bem, derramar a canção
Revirar trens, louco mover paixão
Nas direções, programado emoldurado
Esperarei romântico
Tou vitimado no profundo poço
na poça do mundo
do céu amor vai chover
Tua pessoa Maria
Mesmo que doa Maria
Tua pessoa Maria
Mesmo que doa Maria
(Carlinhos Brown)
Assinar:
Postagens (Atom)